Sem infraestrutura,
Brasil recebe menos turistas que países em conflito
Ana Clara Costa
1.° Para o Brasil,
que possui um fluxo anual de turistas três vezes menor que o Egito, é difícil
entender a magnitude de uma indústria que chega a empregar cerca de 40% da
força de trabalho do país, como acontece no Líbano, por exemplo. A falta de
infraestrutura de transporte, o número reduzido de hotéis, o descaso com muitos
pontos turísticos e a falta de treinamento
profissional para a
área é reflexo de que tal indústria nem sempre é prioritária para os governos e
que pode ser deixada de lado. Ao contrário do que ocorre em outros setores da
economia brasileira, para o turismo não há muitos subsídios, nem barreiras
protecionistas e muito menos um Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) amplamente generoso.
2.° Tal realidade se
torna ainda mais absurda quando se leva em consideração que o Brasil foi
classificado como o país mais atrativo do mundo para o turismo, no quesito
recursos naturais, segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial divulgado em
março deste ano. Outro dado emblemático é o número de 5,16 milhões de turistas estrangeiros
que desembarcaram no país em 2010 – um crescimento de 7,8% em relação ao ano
anterior, de acordo com o Ministério do Turismo. Tal cifra, celebrada pelo
governo na data de sua divulgação, se torna irrelevante quando comparada ao
total de 150 milhões de turistas que vieram ao continente americano no mesmo ano
– uma proporção de apenas 3,4%, segundo a Organização Mundial do Turismo.
3.° Do outro lado do
Oceano, a despeito da vitória sobre a ditadura de Hosni Mubarak, um Egito machucado
deverá ter um ano ruim para o turismo. No cenário mais desastroso traçado por
economistas, com uma queda de 60% no número de turistas, o Egito ainda
terminaria o ano de 2011 com 6 milhões de visitantes estrangeiros – patamar que
o Brasil ainda não alcançou.
Revista Veja, de 14
de maio de 2011. (adaptado)
Fonte:
Prova de Almoxarife - Governo do Estado do Tocantins – aplicada por AOCP – ano
2012.
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