sábado, 9 de junho de 2018

Interpretação de texto - Luzia





Luzia era uma mulher baixa, de apenas 1,50 metro de altura. Comparada aos seres humanos atuais, tinha uma compleição física relativamente modesta para seus 20 e poucos anos de idade.  Sem residência fixa, perambulava pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos arredores de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Não sabia plantar um pé de alface sequer e vivia do que a natureza agreste da região lhe oferecia. Na maioria das vezes se contentava com os frutos das árvores baixas e retorcidas, uns coquinhos de palmeira, tubérculos e folhagens.  Em ocasiões especiais, dividia com seus companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. Eram tempos difíceis aqueles e Luzia morreu jovem. Foi provavelmente vítima de um acidente, ou do ataque de um animal, e não teve direito nem mesmo a sepultura. O corpo ficou jogado numa caverna, enquanto o grupo seguia em sua marcha errante pelo cerrado mineiro.  Durante 11.500 anos, Luzia permaneceu num buraco, coberta por quase 13 metros de detritos minerais. Agora, passados mais de 100 séculos, a mais antiga brasileira está emergindo das profundezas de um sítio arqueológico para a notoriedade do mundo científico.
 (Revista Veja, 25/08/99, texto disponível em http://novosolhos.com.br/site/arq_material, acesso em 01/09/09; adapt.)

Este vocabulário poderá ajudá-lo (a) a entender melhor o texto:

Agreste: selvagem, não cultivado.
Arredor: ao redor, em volta, à roda de.
Compleição: constituição física, aspecto físico.
Detrito: resíduo, resto.
Emergir: vir à tona, à superfície.
Errante: sem rumo certo.
Notoriedade: fama, celebridade.
Tubérculo: planta subterrânea (como a batata, a mandioca)

 Fonte: Prova de Concurso Público - Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo – aplicada por FUMARC – ano 2009





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