Luzia era uma mulher
baixa, de apenas 1,50 metro de altura. Comparada aos seres humanos atuais,
tinha uma compleição física relativamente modesta para seus 20 e poucos anos de
idade. Sem residência fixa, perambulava
pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos arredores
de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Não sabia plantar um
pé de alface sequer e vivia do que a natureza agreste da região lhe oferecia.
Na maioria das vezes se contentava com os frutos das árvores baixas e
retorcidas, uns coquinhos de palmeira, tubérculos e folhagens. Em ocasiões especiais, dividia com seus
companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. Eram
tempos difíceis aqueles e Luzia morreu jovem. Foi provavelmente vítima de um
acidente, ou do ataque de um animal, e não teve direito nem mesmo a sepultura.
O corpo ficou jogado numa caverna, enquanto o grupo seguia em sua marcha
errante pelo cerrado mineiro. Durante
11.500 anos, Luzia permaneceu num buraco, coberta por quase 13 metros de
detritos minerais. Agora, passados mais de 100 séculos, a mais antiga
brasileira está emergindo das profundezas de um sítio arqueológico para a
notoriedade do mundo científico.
(Revista Veja, 25/08/99, texto disponível em
http://novosolhos.com.br/site/arq_material, acesso em 01/09/09; adapt.)
Este vocabulário
poderá ajudá-lo (a) a entender melhor o texto:
Agreste: selvagem, não cultivado.
Arredor: ao redor, em
volta, à roda de.
Compleição:
constituição física, aspecto físico.
Detrito: resíduo,
resto.
Emergir: vir à tona,
à superfície.
Errante: sem rumo
certo.
Notoriedade: fama,
celebridade.
Tubérculo: planta
subterrânea (como a batata, a mandioca)
Fonte: Prova de Concurso Público - Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo
– aplicada por FUMARC – ano 2009
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